
O que nos prende aqui? O que nos impede de crescer?
O que faz com que a nossa consciência continue limitada?
Várias são as amarras, mas uma que vale a pena refletirmos é sobre o apego às coisas, pessoas e verdades.
Não queremos ser contrariados. Sentimo-nos mal quando somos contrariados.
Sofremos com isso!
Não permitimos que a contrariedade faça parte de nossas vidas, mas Deus, que é a justiça absoluta, nos concede momentos de adversidade como oportunidades para exercitarmos o desprendimento.
Exemplo:
Tenho um carro, ou qualquer outro objeto material, que conquistei com tanto suor e sacrifício do "meu" trabalho.
- Esse é o carro dos meus sonhos!
Um dia vem Deus, que é a infinita bondade, e retira este carro da minha posse ilusória, como o pai que toma da criança um brinquedo, pois já é hora de fazer o dever de casa.
Seja através de uma batida, um assalto ou catástrofe. A forma não importa. Ele cria as situações segundo o merecimento de cada um.
Não entendemos o motivo de tudo aquilo ter acontecido.
- Logo eu, que sigo tudo o que minha doutrina ou religião prega?!
Revoltamo-nos contra o outro, nos revoltamos contra a vida, achamos que tudo está errado. Perdemos por alguns instantes a referência. Revoltamo-nos contra Deus!
E assim várias outras perdas materiais se dão, até que não mais tenhamos a posse das coisas em nosso coração.
Mas, não só de posses materiais vive o homem!
Queremos também possuir as pessoas que estão à nossa volta.
Vem Deus novamente, Ele que é o amor em ação, e permite que alguém bem próximo de nós se vá. Parta desta para melhor!
Um familiar, um parceiro ou um amigo.
Aquele que achávamos que ficaria conosco durante toda nossa vida.
Esquecidos de que o futuro não nos pertence e que a única coisa que Deus nos dá é o momento presente, ficamos abatidos, nos sentimos agredidos, sofremos com a perda, enfim, nos entregamos ao desespero.
- Vida ingrata! Onde está Deus?! Logo eu, que me dedico tanto! Estudo e procuro
me aprofundar nos ensinamentos dos mestres e aplicá-los o que entendi à minha vida.
O apego mais uma vez nos faz revoltar contra Ele.
O apego não dá o direito ao outro de seguir sua caminhada. Não concebe a possibilidade de partida, de separação física!
Por quê?
Muitas vezes achamos que a felicidade está no outro. Que somos felizes apenas se estivermos ao lado dele. Deixamos de perceber que nosso apego não passa de prazer ou satisfação de estar junto ao próximo.
Assim, o medo vem à tona quando o outro está longe e percebemos que não temos a sustentação necessária, pois sempre nos apoiamos naquele que “não está” mais aqui.
Além de posses materiais e de pessoas, existe uma posse ainda maior que dificilmente nos desgarramos dela: A posse das verdades!
Novamente Deus, inteligência suprema e causa primária de todas as coisas, vem e coloca alguém em nossas vidas que contradiz tudo aquilo que até hoje entendemos como sendo o caminho a ser seguido. Contradiz o nosso certo!
Vem um "fulano de tal" e fala que tudo o que aprendemos até hoje está errado!
Aí nos sentimos ofendidos, contrariados, agredidos.
- Quem é ele para falar que eu estou errado!?
Mais um teste que automaticamente nos reprovamos. Por quê?
Pelo apego de querer estar sempre certo. De não dar o direito ao outro de compartilhar o seu certo.
De não aceitar que o outro expresse seu ponto de vista e contribua para o nosso crescimento.
Assim, passamos toda nossa vida, e várias outras existências, apegados às coisas, pessoas e verdades! Mantendo a consciência limitada a apenas aquilo que nos convém e assim impedindo nosso próprio crescimento. Em determinados momentos de nossa trajetória, este mesmo Deus retira o material, a pessoa e as verdades de uma vez só. Sentimo-nos um fracasso! Por quê?
Por que temos medo do fracasso e tentamos controlar tudo. Tentamos possuir tudo, inclusive Deus, confinando-O em descrições infantis que não temos a coragem de abrir mão.
guto