segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sábio


Julga-se por sábio aquele que sabe muita coisa, quando na verdade sábio é aquele que coloca em prática tudo o que sabe.




quarta-feira, 13 de abril de 2011

Cachorros vivendo como beija-flores


Houve um tempo em que cachorros eram cachorros, gatos eram gatos, borboletas eram borboletas e beija-flores eram beija-flores.
Nessa época, o mundo, apesar dos "problemas", acontecia em harmonia. Cada um cumpria o seu papel naquilo que lhe cabia.

Certa vez, cansado de levar uma vida de cão, um cachorro interessou-se pelos hábitos de um beija-flor que passava todos os dias em frente da porta de sua casinha.
Há tantos anos que vivia preso ali, dentro daquela casinha capenga, que nem teto tinha direito, nunca tinha percebido o beija-flor que por ali voava todos os dias.

Ao reparar o que fazia, perguntou o cachorro:
- O que faz ai?
Respondeu o beija-flor:
- Eu beijo flores.
- Voo de flor em flor, dou o que ela precisa e retiro o que eu preciso.

O cachorro ficou encucado com aquela nova realidade.

- Puxa, nunca pensei que um ser dentro desse mundo podia viver beijando flores!

Assim o beija-flor se foi para longe, cumprir o papel que lhe cabia no mundo.

Pensando sobre a vida do beija-flor, o cachorro falou:

- E se eu tentasse viver a minha vida, beijando flores?
- Será que eu poderia me livrar dessa vida de roer osso que levo por aqui?

Nos dias seguintes, continuou a observar a labuta do beija-flor.
Ficou sonhando em mudar sua vida de vez por todas. Nem dava importância ao fato de que para viver como um beija-flor precisava ter asas, precisava ter um bico comprido, precisava ter delicadeza ao beijar as flores...

Porém, assim decidiu, assim o fez.

Numa tarde fria de domingo, enquanto o dono lhe dava mais comida, se libertou das correntes e correu mundo afora.
No início foi um desastre.
Quase chegou a desistir. Mas sua vontade de mudar de vida foi maior.
Batia recordes em beijar-flores. Fazia tudo o que um beija-flor era capaz de fazer, menos aquilo que sua condição não permitia, como voar por exemplo.

Aquela nova postura, a nova maneira de viver a vida contagiou outros cachorros da redondeza.

- Vejam como ele está agora! Ele não vive mais em correntes, não tem mais que correr atrás de gatos, não se alimenta mais de ração! É um ser livre e se mantem beijando flores!!
- Algo que nenhum de nós nunca sonhou fazer! Isso é o máximo!

E a notícia foi se espalhando pelos canis da cidade, do país e do mundo.
Depois de correr fucinho a fucinho a moda pegou:

Cachorros queriam, porque queriam livrarem-se da vida de cão e passar a viverem beijando flores.

Aquilo foi tomando proporções nunca vistas anteriormente.

Alguns anos depois, o mundo já não era mais o mesmo.
Não havia mais harmonia.

As flores já não duravam por muito tempo. Estavam ficando escassas.
Vários animais que dependiam delas passaram a não mais existirem.
Seres humanos cometiam suicídio todos os dias por motivo de solidão. Brigavam com os outros por não terem mais um cão em casa para colocarem a culpa. Assaltos passaram a acontecer com mais frequência. As pessoas passaram a se sentirem mais inseguras e com mais medo.
Os gatos não tinham mais de quem correr. Se não fugiam mais dos cachorros, também pararam de correr atrás dos ratos, que por sua vez, pararam de se esconder nos esgotos. Infestaram as cidades. Espalharam doenças.
Outras doenças apareceram, não só nos humanos, mas também em outros animais.
O lixo nas cidades aumentou.
A fome aumentou.
As guerras triplicaram.
Os oceanos secaram.
As chuvas passaram a cair onde nunca caiu.
Os cães passaram de vez a viverem como beija-flores.
Os beija-flores se foram para sempre.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Hãn?!


O que te faz pensar que o mundo é injusto com você?

Desde o nascimento, o ser humano é acostumado a sempre querer ganhar e dificilmente aceita a derrota como parte necessária ao desenvolvimento espiritual.

Seja as notas na escola, os brinquedos do colega, os elogios dos pais, professores e conhecidos, as competições que participa, as provas de vestibular, o emprego tão desejado, o salário e posição de destaque, são os principais objetivos presentes na vida dos seres humanos acostumados a acharem que progressão é sinônimo de ganhar mais.

Tudo isso é um reflexo do que o ser humano tem como base de sua existência: o egoísmo. Era para ser diferente? Se fosse, não aconteceria da forma que acontece com grande parte da população. Então, porque somos assim e como podemos viver com tudo isso em paz?

Acredito que o primeiro passo é verificar e reconhecer sua própria natureza. Faz sentido pra você isto que você está lendo aqui? Se não faz, ignora este amontoado de palavras e segue sua vida maravilhosa cercada de valores humanos que não se sustentam. Aqueles que acabam com o tempo.

Porém, se se reconhece na forma de alguém que move sua vida baseado no 'ganhar mais', creio que algumas palavras poderão te auxiliar a pelo menos refletir sobre esta condição.

Ganhar é problema? Não.

O grande problema é o QUERER ganhar e pior ainda: a capacidade que as pessoas têem de sofrer enquanto estão QUERENDO algo. Pois, a partir do momento que se quer algo e esse querer não é correspondido, surge o momento de contrariedade que levam as pessoas a acharem que o mundo é um puta sacana que só apronta com eles.

Além de tudo, essa forma de pensar e levar a vida é bem contraditória com o que a maioria das pessoas que vivem no mundo pregam: Eu faço as coisas pensando em ajudar o próximo.

Este é o lema de muitos que ainda não se deram conta de que para que ele ganhe, alguém tem que perder! Como podemos falar em ajudar o outro se estamos querendo ganhar o tempo todo?

Por isso, o mundo é do jeito que é. Você vive o mundo que está dentro de você. Sua base de conceitos e valores que acumulou durante toda sua vida, formam a sua perspectiva de enxergar as coisas. Isso que você chama de: Sua vida!

Tudo aquilo que você tem capacidade de perceber com os sentidos do corpo e transformar em algo assimilável à sua mente é um mero reflexo deste poço de ideias chamado: você (eu). Não dá para se enganar. Não adianta se esconder, apesar de tentar fazer isto o tempo todo...

Depois de reconhecer a própria natureza em que está inserido, o próximo passo seria aceitar. Não aceitar no sentido de : "fazer o que né, sou assim mesmo tenho que ser assim e pronto!" Mas sim no sentido de constatar sua condição atual e tentar mudar, se acha que pode e deve mudar alguma coisa.